quinta-feira, 24 de março de 2011


O sacrifício para a mortalidade

Vi um anjo cuja as assas tampavam-lhe a face na presença de uma luz tão forte cuja seu esplendor não deixava meus olhos ver-lhe direito, e então vi o anjo se retirar e logo o segui.
     Não sei a onde estava, mas sei que o lugar era diferente da onde eu vivia, distraída não percebi o olhar do anjo sobre mim, mas invés de transmitir-me raiva por ser curiosa, transmitiu-me medo e paz ao mesmo tempo, era como se nem ele soube-se o que iria fazer, e então depois de alguns segundos com o olhar fixo ao meu, me estendeu uma de suas mãos.
    A despeito de onde estava ou por que estava ali, segurei-a tão forte como que se eu a solta-se morre ia. E então menos de um segundo segurou-me nos braços e voou.
    Tinha medo de altura, lembrei-me disso quando olhei para baixo, mas nos braços de um anjo quem sentiria medo ao invés de calma?
    Quando o anjo desceu a terra e eu enfim coloquei os pés no chão, estava assustada, pois nunca havia voado antes, resolvi olhar o lugar e só então percebi que estava em uma sala de pré-parto, com uma mulher bastante linda cuja possuía um par de olhos verdes, cabelos pretos lisos, pele branca, e devido a força que fazia a deixava vermelha, estava em uma maca no centro do quarto com uma equipe de médicos ao seu redor.

Tudo acontecia tão rapidamente que só lembrei-me do anjo quando ouvi um baixo gemido de dor, cuja não era igual ao da mulher que estava em trabalho de parto.
      Quando virei para traz para olhá-lo o vi com apenas uma das assas nas costas a outra já estava caída ao chão, possuía em uma das mãos uma espada, e eu tive que vê-lo cortar a outra assa friamente, e enfim vê-la se juntar ao seu par     
     Ao olhar fundo nos olhos dele, percebi que o medo que vira fora embora para deixar a tristeza entrar. Não ter mais as assas, deve ser como perder a liberdade, assim como os pássaros, presos para o resto da vida sem poderem voar!
     Por que será que ele fez isso, alias o que é de um anjo sem assas? – Pensei comigo mesma.
     Logo ouvi o choro da criança que acabara de nascer, mas não quis me virar para vê-la, pois o movimento do anjo me chamou a  atenção,
     Ele estava indo em direção ao recém nascido. Sem entender nada resolvi não sair do lugar, observando vi a costa do anjo que acabara de se virar, perdi o ar quando vi as enormes cicatrizes dos dois lados da costa nos lugares das assas.
      Mas como que as feridas já cicatrizaram, sendo que ele acabara de fazê-las? – Pensei.
       Sem falar nada continuei a observá-lo, de repente quando ele finalmente chegou perto do bebê, em um piscar de olhos ele desapareceu, era como se estivesse evaporado.
Logo em seguida vi uma enfermeira cortar o umbigo umbilical do recém nascido e limpando-o passou as mãos nas pequeninas costas dele, e então vi assuntada as duas manchas de nascença que parecia as cicatrizes do anjo.

(Tabata Lima)

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